quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nada melhor que uma rede para um cochilo

Herança indígena que facilmente foi adaptada aos costumes brasileiros, as redes são sinônimos de descanso. Na decoração podem dar um clima de despojamento ao ambiente. Foi parar em varandas e no interior das casas após a vinda dos portugueses para o Brasil. As mulheres dos colonos se valeram de tecidos de algodão e de franjas para incrementar o artefato indígena e utiliza-lo para relaxar no clima tropical. Com uma estética de fácil adaptação, hoje me dia encontramos redes de deferentes tecidos e materiais, com modelos diversos e variações para todos os gostos.


Particularmente, adoro uma rede. Gosto de colocar umas almofadas e deitar com um bom livro. Geralmente, com duas páginas já dormir. Como não tenho varanda em casa, estou a procura de um lugar pra esticar uma rede. Na sala até tem um cantinho, mas foi vetado. No quarto por cima da cama, como é bem comum no nordeste também foi vetado (se é que me entendem...). já tenho a rede e não pretendo desistir.

Com almofadas coloridas: bonito e um convite ao cochilo.

No quarto próximo a janela é uma boa opção.

Já estou sonhando com um cochilo pós-almoço nas tardes de sábado...

Algumas curiosidades que encontrei enquanto procura redes na internet:
1. Legado dos índios da América do Sul, não há registro algum da rede antes da descoberta da América.
2. A primeira citação nominal em português da rede de dormir foi feito em 27 de abril de 1500 por Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota portuguesa.
3. Não há referência antiga da rede fora da América. Os portugueses teriam levado a rede para a Índia e para a África.
4. O nome “rede” foi dado por Pero Vaz Caminha (que é chamado “padrinho da rede”), devido à semelhança com a rede de pescar. Os índios a chamavam de “ini”.
5. Era tecida em cipó e lianas (fibra de palmeiras). As mulheres dos colonos portugueses, que adaptaram a técnica indígena as suas varandas, substituíram o tucum e passaram a fazer a rede em algodão enfeitando-a com franjas.
6. O feitio da rede nos primeiros anos do descobrimento e durante toda época colonial era ofício feminino e sofreu influência dos jesuítas que ajudaram na sua disseminação em território brasileiro.
7. Eram uma herança familiar e peças obrigatórias em todos os antigos inventários feitos no sertão.
8. Os portugueses, inspirados nas liteiras, desenvolveram a rede como meio de transporte. Nela, os colonos e suas famílias eram carregados em passeios pela cidade e até em viagens.
9. Na casa grande, a cama era uma obrigação protocolar, dormia-se na rede.
10. A rede copiada pelos europeus no sec. XVI seguiu padrões planos, tal como as camas, onde se dorme no sentido do comprimento. Na rede indígena, ao contrário, deita-se na diagonal.
11. A rede de dormir jamais se popularizou em outros continentes, porque o modelo importado foi o europeu, deformada em esteira esticada.

Um comentário:

Lia Houf disse...

Adorei o post ... amo história!